A carta Engavetada
No quarto em silêncio,
a carta de despedida repousa na gaveta,
uma folha de papel marcada pela dor,
trazendo as palavras que não ouso dizer.
A tristeza preenche o espaço,
e a saudade já começa a se formar,
não pelos momentos felizes,
mas pelos braços que agora se afastam.
A amargura é companheira sutil,
sussurrando ao pé do ouvido,
lembrando-me do motivo
que me fez escrever cada linha.
Está na hora de partir,
o adeus desenhado na folha,
um fim inevitável,
um ciclo que não se completa mais.
O quarto guarda as memórias,
mas também o peso da ausência,
como um cenário vazio
onde antes havia vida.
A partida não tem volta,
é um caminho traçado na sombra,
e a carta de despedida é o último laço
com um passado que agora se desfaz.
Fecho a gaveta com firmeza,
deixo a folha de papel adormecer ali,
e, por fim, aceito que nem toda dor
precisa de um motivo claro para existir.