A carta Engavetada

No quarto em silêncio,

a carta de despedida repousa na gaveta,

uma folha de papel marcada pela dor,

trazendo as palavras que não ouso dizer.

A tristeza preenche o espaço,

e a saudade já começa a se formar,

não pelos momentos felizes,

mas pelos braços que agora se afastam.

A amargura é companheira sutil,

sussurrando ao pé do ouvido,

lembrando-me do motivo

que me fez escrever cada linha.

Está na hora de partir,

o adeus desenhado na folha,

um fim inevitável,

um ciclo que não se completa mais.

O quarto guarda as memórias,

mas também o peso da ausência,

como um cenário vazio

onde antes havia vida.

A partida não tem volta,

é um caminho traçado na sombra,

e a carta de despedida é o último laço

com um passado que agora se desfaz.

Fecho a gaveta com firmeza,

deixo a folha de papel adormecer ali,

e, por fim, aceito que nem toda dor

precisa de um motivo claro para existir.

João Paulo Leal
Enviado por João Paulo Leal em 21/10/2024
Código do texto: T8178972
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