SOBRECARGA

Caminho entre sombras, já sem direção,

Carrego o mundo nas costas, sem poder soltar,

O peso dos dias me esmaga o coração,

E no silêncio da noite, só posso chorar.

Os sonhos se perdem, sufocados no ar,

A vida me exige mais do que posso dar,

Sou prisioneiro do tempo, sem descansar,

E o cansaço me envolve, não há como escapar.

Meu corpo cansado implora por paz,

Mas a rotina implacável me prende, sem dó,

As horas se arrastam, o alívio se faz,

Distante e frio, como um eterno nó.

Queria gritar, fugir dessa prisão,

Mas o dever me chama, sem pausa ou perdão,

Sigo em frente, mesmo sem solução,

Buscando forças que já me deixaram em vão.

No fundo do abismo, me encontro a vagar,

Com a esperança acenando, quase a apagar,

E enquanto a vida insiste em me esmagar,

Eu respiro, resisto, tentando não desmoronar.