Autêntico/Maleável

Me banharam tantas vezes

Com cores de tinta

Convenientes para eles

Que acreditei nelas como

Sendo minhas

Me chamaram tanto

Por outros nomes

Que eu os adotei

Como os de batismo

As outras pessoas

Colocaram tantas palavras

Na minha boca

Que esqueci como era

Falar com minha própria voz

Tentei criar resistência

Ser imutável como uma

Estátua

Mas só bastava um toque

Para quebrar e esfarelar

E então você veio

Lavou meu corpo

Até descobrir minha verdadeira cor

Escreveu meu verdadeiro nome

Em minha pele a cada chamado

Ficava silenciosa para minha voz

Ficar desinibida e se libertar

Quando eu finalmente

Assumi minha verdadeira

Identidade, você celebrou

Pois nasci, meu segundo nascimento

O nascimento da minha essência

Meu verdadeiro e autêntico

Nascer

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 19/10/2024
Código do texto: T8177135
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