Sob o Peso do Dia

Vivo na cadência exata

De rotinas bem traçadas

Mas há um eco que me invade

Nos silêncios, nas pausadas.

Sigo os trilhos do relógio

Sem vacilo ou distração

Mas dentro, um mar revolto

Esmaga-me o coração.

No olhar que brilha ao mundo

Escondo sombras sem fim

Uma tristeza abafada

Que nunca chega ao jardim.

Sou ponte entre o eficiente

E o vazio que me consome

Uma máscara permanente

De um sorriso sem nome.

No cansaço que carrega

Há um grito por dizer

Mas a vida pede pressa

E o tempo manda correr.

Assim, sigo-me invisível

Funcional, impecável

Mas no espelho dos meus sonhos

Sinto-me sempre afundável.

Pri Scot
Enviado por Pri Scot em 12/10/2024
Código do texto: T8171498
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