Retirantes
Somos retirantes
Desde que à luz somos dados,
Desde o primeiro choro.
Seguimos nossa jornada
Em busca do que não sabemos .
Somos nessa estrada de terra
Árida e sem prisma,
A mosca volante perdida,
No pó que se levanta
Pelo caminho sem fim.
Mesmo pó é o que nos recebe
Quando dessa vida partimos
No fim de tudo anuímos
Que viver é barro nos olhos
Da lacrimosa temporada no corpo.