Minha rua...
Minha rua é silenciosa.
Não tem lampiões.
Quando é noite de luar, nela dá para caminhar.
Na chuva, ninguém tenta se arriscar.
Piscam no céu estrelinhas.
Por entre nuvens carregadas.
Tentam alumiar.
Não consegue minha rua clarear.
Gente pobre voltam para casa à noitinha.
Um pacote carregam nas mãos.
É farinha, ovo, feijão.
Quem sabe tenha sobrado dinheiro pro pão.
Um cão uiva tristemente.
Um velho mancando vem chegando lentamente.
Mais um dia que nada conseguiu.
A gente rica passou por ele e nem o viu.
Gente da minha rua…
Chora.
Sofre.
Conhece a verdade da vida… nua e crua.