PAZ OU CONFORTO?
Na superação da rotina, onde o conforto se aninha,
Ignoramos verdades que a alma não se alinha.
O que se esconde nas sombras, sob a luz do dia,
É um preço a ser pago, uma amarga sinfonia.
A paz, tão desejada, não é dádiva eterna,
Se deixamos de lado a voz que nos governa.
Os sussurros da consciência, como ecos distantes,
Chamam por atenção, mas seguimos adiante.
Acomodamo-nos em zonas de conforto,
Mas a vida é um ciclo, um eterno consórcio.
O que se ignora hoje, mais tarde virá,
Como um ladrão na noite, a paz levará.
O peso da omissão, como fardo, se acumula,
E a serenidade, aos poucos, se anula.
As verdades não ditas, os sentimentos guardados,
Transformam-se em tempestades, em dias nublados.
Por isso, é preciso olhar para dentro,
Encarar os fantasmas, o medo, o tormento.
A paz não é só ausência de dor ou de luta,
É a coragem de ser, de viver a labuta.
Então, que não seja o conforto a nos guiar,
Mas a busca sincera pelo que é amar.
Pois o preço da paz, se ignorado, é alto,
E a vida, em sua essência, é um belo asfalto.
Caminhemos, portanto, com olhos abertos,
Acolhendo as verdades, os sentimentos certos.
Que o conforto não seja um abrigo enganoso,
Mas um lar de acolhimento, um espaço amoroso.