Na Hora Mais Escura

De repente, no azul da vida, vem o cinza,

Uma cor sem paixão descolore os céus.

Preso como marionete a um absurdo palco,

Tento resistir à hora mais escura.

A monotonia do cinza causa desmoronamentos,

O monótono cotidiano faz a cabeça pesar toneladas.

Fora disso há a circunferência do pavor lá fora:

Genocídios, corpos caquéticos de fome,

Ditaduras, mandonismos sem fim, alienações.

Na minha hora mais escura é

Vital lembrar os bons momentos,

Os que vivi e os que estou construindo.

Mesmo com o pânico batendo na porta,

Me procurando nas calçadas,

É necessário se agarrar aos bons momentos.

Então, nos dias mais cinzas,

Crio meu próprio sentido diante

Da vastidão de pérolas e porcos mundo afora.

Independente dos tesouros talhados pela sociedade,

É em mim que vou me definir.

Construo meu próprio lar, meus alicerces,

Atribuo meus próprios valores,

Os vivo da melhor forma ao saber

Que o vasto universo não é consciente,

E que sou temporária partícula a respirar

No canto de alguma galáxia.

O que importa é o que sinto,

O que faço a cada instante,

O que faz dar sentido à vida.

Fazer valer os momentos

Em situações que eu vivencio.

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 14/09/2024
Reeditado em 14/09/2024
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