Contra as Lógicas Previsíveis
Não sou gado humano de corte, não perpetuo lógicas previsíveis.
Nascer, trabalhar, ser explorado, pagar contas,
Sobreviver, girar o ânimo na órbita do consumir,
A lógica do dinheiro aprisiona e tudo deteriora.
A vida está além das necessidades econômicas,
Do imediatismo de acumular posses,
É preciso encontrar contentamento em algo mais,
Ao lado de alguém, em afazeres que preencham
O espírito, coisas que não são monetizadas.
Projetar uma existência autêntica no crânio teimoso.
Descendo das encostas do cotidiano maçante,
Da reprodução de padrões nulos, mecânicos,
Semear algo diferente, expandir o horizonte,
Beber das fontes das paixões.
Alimentar a mente contra o corpo vago,
Enfrentar fraquezas e restos do espírito em conflito.
Sentado à soleira do incerto, está aberto as possibilidades,
Cantar a existência em versos, sem rimas,
Resistindo à morte e os vícios do cotidiano.