Saudade de um tempo
Na bruma dos anos que o destino enreda,
Onde o sol se esconde em penumbra pálida,
Vivem os sonhos de um amor que se enreda
Na memória, qual flor murcha, mas cálida.
Oh, flor silente de um tempo esquecido,
Tuas pétalas de cristal, quais lágrimas de lira,
Guardam o perfume de um tempo perdido,
Deixe-me recordar a noite de lua ardente,
E a brisa que sussurrava promessas vãs,
E a orquestra dos astros, em melancolia latente,
Lançava ao céu suas notas de afãs.
Saudade é a sombra do lírio que se inclina,
Na solidão do jardim que nunca floresceu,
É o eco distante da voz que se destina,
A um horizonte onde o amor não se perdeu.
Ah, quão vasta é a distância que nos separa,
Onde o tempo e o desejo se entrelaçam em dor,
É como um campo de rosas, um passado de amor.
Em cada página de um livro esquecido,
Encontro os versos de um romance adiado,
Cada estrofe é um beijo que não foi vivido,
Cada capítulo, um lamento apaixonado.
Saudade é a lembrança que o vento carrega,
É o perfume do amor que a distância enleva,
Saudade é esperança eterna.