Ruídos de casa vazia 

 

​​​​Apenas um luar 

Mas, um luar que arromba a noite

Um rosto sem nome projetado na parede 

E os sons de casa vazia pregando sustos.

 

Foi-se o tempo -graças- em que havia hora de acordar 

Deixo o pensamento me levar 

Em comum acordo com a insônia, assisto 

São raras as noites que embaralham lembranças, reflito.

 

Segue a noite sussurrando aforismos, a alma, esperança

É a batalha da vida entre a leveza e o fardo

Na flor da idade, a imprudência reinava 

No avanço do tempo se torna acirrada. 

 

Sons secos contrapondo o silêncio, rugem como a tempestade 

Lá fora, a cidade. Com seus nervos, com sua vigília

De manhã, tudo será como o saguão de um aeroporto 

A explosão da vida tornando os estalos um silêncio absoluto.

 

 

                       

                         Imagem: gettyimages.com.br