Ruídos de casa vazia
Apenas um luar
Mas, um luar que arromba a noite
Um rosto sem nome projetado na parede
E os sons de casa vazia pregando sustos.
Foi-se o tempo -graças- em que havia hora de acordar
Deixo o pensamento me levar
Em comum acordo com a insônia, assisto
São raras as noites que embaralham lembranças, reflito.
Segue a noite sussurrando aforismos, a alma, esperança
É a batalha da vida entre a leveza e o fardo
Na flor da idade, a imprudência reinava
No avanço do tempo se torna acirrada.
Sons secos contrapondo o silêncio, rugem como a tempestade
Lá fora, a cidade. Com seus nervos, com sua vigília
De manhã, tudo será como o saguão de um aeroporto
A explosão da vida tornando os estalos um silêncio absoluto.
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