Eu sou mais um jovem de trinta e seis anos

Nesse instante do tempo que eu registro como poema

Ouvindo Dias Atrás, do CPM 22

Nessa quinta de manhã nublada

Que eu também ouvia na década de 2000

Quando eu era só mais um adolescente latino-americano, animado com a vida

Apesar das mazelas políticas

Quando eu dizia que era um adolescente de 15, 16 anos... ainda na escola, ainda tão esperançoso e ingênuo

Naquele instante do meu tempo

Tão precioso

Mas eu não mudei tanto assim

O meu idealismo continua aceso

Como uma vela que esquenta no frio da escuridão

Que me faz seguir em um futuro cada vez mais conturbado e sombrio desse século

Mais 100 anos de confusão??

Como um adulto que se acumula de suas memórias, de suas fases de desenvolvimento

Que não se engana com a maturidade das aparências

Que não matou sua infância

De quando dizia que era apenas um menino que gostava de Dinossauros, Cavaleiros e Chapolins Colorados

Até um dia, se o acaso permitir, dirá que é só mais um adulto se aproximando da meia idade

E olhará para aquele jovem de trinta e seis com o mesmo carinho