Dança do tempo
Nos campos do tempo, onde a vida dança,
Ébano e prata se entrelaçam no ar,
Cada dia é um fio de esperança
Que o destino tece, sem parar.
O sol, qual artista em seu esplendor,
Pinta de ouro a vasta tela do céu,
E a lua, guardiã do sonho e da dor,
Entoa baladas de um mistério fiel.
As horas são pássaros que voam ligeiros,
Sobre o mar dos anseios, imenso e profundo,
E os dias, sementes de ventos inteiros,
Crescem, invisíveis, no solo do mundo.
No coração, as tempestades são versos,
Rimas de um poema que nunca finda,
E o amor, como vinho de sabores dispersos,
Inunda as taças que a vida brinda.
Os rios da vida correm sem cessar,
Deslizam em curvas que nunca se veem,
E o homem, com sonhos a se desfiar,
Busca na corrente um lugar para ser.
Assim, na dança da existência incerta,
A vida é um livro de páginas abertas,
Onde o tempo, com sua pena deserta,
Escreve, com calma, histórias eternas.
*Pensando...