O som da fé
Vai o som do sino pelo ar a despertar,
Todo lugar, até o mais silente,
Pode o som do sino escutar,
Faz parte da crença desta gente.
O som do sino vai tinindo, sumindo,
A gente sente, o mais brando,
Som do sino que vai seguindo,
Cada cristão do vale vai despertando.
Era verde o vale outrora, e agora,
Flores nas calçadas são olhares,
Que segue a gente que segue o sino,
Roupas e flores e suas cores,
Era verde o vale onde deita o som do sino,
Brando. Enxugando o orvalho,
A luz frouxa do sol matutino,
Que as flores do vale vão chorando.
O som do sino é a voz nas vozes, rumores...
É o ar perfumado caído no orvalho,
Odores das vestes domingueiras,
Fileiras vão saindo ao som do sino.
É o homem do vale sua fé seguindo,
Trazida no som do sino que chama,
E desperta a alma do vale infindo,
Sobre o som do sino que flama.