CORTINAS
CORTINAS
Toda uma vida tácita por cortinas
É necessário sair do esconderijo
O ser humano tolera suas rotinas
Espera em vão, um falso regozijo
No sofrimento, as lágrimas caem
Depois secam e não há vestígios
No tempo as lembranças decaem
Assim caminhamos, entre litígios
Quando originou esse jogo cruel?
Quero conceber meu nascimento
Muito tarde depreendi o carrossel
Sentimento ligado ao pensamento
Se pudesse regressar ao passado
Tentaria pegar a felicidade de volta
Cortinas exibem o todo embaçado
Acreditando que há uma reviravolta
Se não der pra descortinar sozinho
Conto com uma querença parceira
Então, partilhar o mesmo caminho
Se for pra ser feliz, pela vida inteira
Em momentos de queda e tristeza
As cortinas devem se abrir pro sol
Para mostrar a beleza da natureza
Poder ouvir o belo canto do rouxinol
Marco Antônio Abreu Florentino
COMENTÁRIO SOBRE A MÚSICA CURTAINS DE ELTON JOHN:
A música 'Curtains' de Elton John é uma reflexão poética sobre o
passado, o crescimento e a inevitável passagem do tempo. A letra
começa com a imagem de um espantalho, que simboliza tanto alegria
quanto tristeza, representando uma figura do passado que já não tem
mais utilidade. O espantalho, solitário em um campo abandonado, sugere
uma sensação de nostalgia e perda, evocando memórias de tempos que não
voltam mais.
A metáfora do dente-de-leão, que precisa ser levado pelo vento,
reforça a ideia de mudança e transitoriedade. O dente-de-leão, uma
flor que se dispersa facilmente, simboliza a necessidade de seguir em
frente e aceitar que algumas coisas não podem ser recuperadas. A
menção ao verão queimando a terra novamente sugere ciclos naturais de
renovação e destruição, refletindo a inevitabilidade das mudanças na
vida.
No terceiro verso, a letra fala sobre cultivar a flor mais fresca que
o jardim já viu, uma metáfora para a inocência e a pureza da infância.
As palavras infantis escritas sob as árvores representam sonhos e
esperanças juvenis, que, embora possam parecer ingênuos, são tesouros
que as crianças sempre buscam. A música conclui com uma aceitação
serena do passado, reconhecendo que todos têm suas próprias histórias
e momentos de ¨era uma vez¨, encapsulando a universalidade da
experiência humana e a beleza das memórias que moldam quem somos.
https://youtu.be/Ch73A5Ticgw
(Curtains - Elton John)