Estrelas decadentes

Já passou da meia-noite,

E eu trago meu cigarro.

Dedos dedilhando o teclado,

Meu vizinho está gritando por silêncio.

Mas como posso silenciar meu coração?

As luzes da cidade vistas da minha janela

Me fazem imaginar milhões de telas de celular

Erguidas para o meu show,

E minha mente está cheia de vozes,

Como os gritos dessa plateia.

E eu aqui, inspirado, sinto-me um alvo

Sendo metralhado por estrelas decadentes,

Assim como me deixo ser atingido pela sua opinião.

E eu aqui, inspirado, sinto-me um alvo,

Sendo metralhado por estrelas decadentes,

Por não seguir o fluxo da multidão.

Já é meio-dia e eu não consigo me levantar.

Minhas janelas estão fechadas e meu quarto, escuro.

Alguns livros estão caídos sobre a mesa,

Assim como uma garrafa aberta de cerveja.

Tudo está girando, acho que vou desmaiar.

Acho que dessa vez eu acordei

Sem coragem para abrir as mensagens no meu celular.

Hum... que cheiro ruim!

Devem ser algumas louças que estão sujas.

Desde quando? Eu não sei.

E eu aqui, deitado em um alvo,

Sendo metralhado por estrelas decadentes,

Assim como me deixo ser atingido por sua opinião.

E eu aqui, deitado em um alvo,

Sendo metralhado por estrelas decadentes,

Por não seguir o fluxo da multidão.

Guilherme Henrique (Henry)
Enviado por Guilherme Henrique (Henry) em 21/08/2024
Código do texto: T8134057
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