Um pouco mais distante.

Era uma vez um cara

Que viveu num tempo

Um pouco mais distante

E saiu de casa de manhã

Em busca de uma longa espera

Na ânsia, como a conhecemos

Confundindo lágrimas com pérolas

Enxergou como pérolas grandes

As coisas simples e pequenas

Na inexperiência

de quem não se afasta,

Nem guarda a devida distância

Mas ele era apenas um cara

Que viveu num tempo diferente

E saiu pra colher diamantes num campo florido

Se soubesse, que depois do sol à pino

Perderia o rumo (no silêncio há sombras que se arrastam)

Inebriado, pelo falso colorido do desconhecido

Não tivesse ido tão longe

Escolhesse outro destino

Recolheu migalhas, como os próprios pássaros

Que apagaram o rastro na floresta

Só que agora ele não era mais

apenas mais um cara

Que viveu num tempo um pouco mais distante

Era alguém que estava perdido

Tão perdido como todo tolo

Que pensava saber onde estava

Iludido por pensar saber quem era

Perdido desde o dia

Que saiu de casa em busca de uma longa espera

O mundo não era assim

Porém, tinha se tornado, ao fim

Pra alegrar os olhos

de todo aquele que se vê perdido

E que, a partir de agora

Pra sempre ele estaria assim.

Edson Ricardo Paiva.