Contrato
Contrato
A carne que habito pertence ao Tempo,
A alma que a move alça voos mais extensos
E nesse curto intervalo entre ficar e partir
ao corpo é permitido brevemente a cingir
O senhorio que me arrenda esta morada
nunca renuncia à sua posse, mão-fechada,
Sempre cobra o preço do aluguel implacável:
Cada vez leva um montante incalculável
E, ainda aqui, tento romper o contrato,
que a mantém presa neste espaço,
antes que expire o prazo final,
e em suas páginas me descubra mortal
Como entender as cláusulas indecifráveis
se encolhidas nas linhas, irrecusáveis,
que assinamos por uma temporada
antes de completar a (curta) jornada?