Contrato

Contrato

A carne que habito pertence ao Tempo,

A alma que a move alça voos mais extensos

E nesse curto intervalo entre ficar e partir

ao corpo é permitido brevemente a cingir

O senhorio que me arrenda esta morada

nunca renuncia à sua posse, mão-fechada,

Sempre cobra o preço do aluguel implacável:

Cada vez leva um montante incalculável

E, ainda aqui, tento romper o contrato,

que a mantém presa neste espaço,

antes que expire o prazo final,

e em suas páginas me descubra mortal

Como entender as cláusulas indecifráveis

se encolhidas nas linhas, irrecusáveis,

que assinamos por uma temporada

antes de completar a (curta) jornada?

Pandorahightech
Enviado por Pandorahightech em 14/08/2024
Código do texto: T8128614
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