Ações precipitadas
Ações com raiva geram satisfações imediatas,
Daquelas que nutrem lampejos sádicos
Que se encontram em certas janelas, de certas casas
Das inúmeras moradas que abrigam
Os mais diferentes demônios,
Os mais diferentes ferrolhos,
Que disparam os fragmentos sórdidos
Que compõem uma pequena parte
De nossa existência.
A rigidez dos músculos, o baluarte do coração
Linhas tênues e confusas,
Do começo à destruição;
Em um delírio único de reciprocidade,
Onde uma avalanche te cobre,
E retorna uma brisa suave de missão cumprida.
A adrenalina vai embora, a tremedeira se esgota
Sobrando apenas uma vitória,
Com gosto de derrota
E outras dualidades do quase-arrependimento
Muito bem feito; um orgulho duvidoso
Ações precipitadas; Juras de que as fará de novo
Mas sem a certeza que ecoava
Dos demônios em suas moradas
Que antes ressoavam,
E agora dormem satisfeitos.
Abandonado pela própria convicção,
Sangue gelado, desilusão
Justificando questionamentos que não existem,
Ignorando os erros que persistem,
Apontado pelas vítimas que insistem,
Até certo ponto.
Satisfeito?
Não mais.
Apenas o peso dos próprios erros,
E promessas de nunca mais.
Que vão durar até o próximo sol nascer,
Esquentar,
Demônios que acordam
E vão cantar,
Ferrolhos que estouram,
E começam a atirar,
Os fragmentos que compõe,
Cada dia um pouco mais,
A nossa existência.