Ações precipitadas

Ações com raiva geram satisfações imediatas,

Daquelas que nutrem lampejos sádicos

Que se encontram em certas janelas, de certas casas

Das inúmeras moradas que abrigam

Os mais diferentes demônios,

Os mais diferentes ferrolhos,

Que disparam os fragmentos sórdidos

Que compõem uma pequena parte

De nossa existência.

A rigidez dos músculos, o baluarte do coração

Linhas tênues e confusas,

Do começo à destruição;

Em um delírio único de reciprocidade,

Onde uma avalanche te cobre,

E retorna uma brisa suave de missão cumprida.

A adrenalina vai embora, a tremedeira se esgota

Sobrando apenas uma vitória,

Com gosto de derrota

E outras dualidades do quase-arrependimento

Muito bem feito; um orgulho duvidoso

Ações precipitadas; Juras de que as fará de novo

Mas sem a certeza que ecoava

Dos demônios em suas moradas

Que antes ressoavam,

E agora dormem satisfeitos.

Abandonado pela própria convicção,

Sangue gelado, desilusão

Justificando questionamentos que não existem,

Ignorando os erros que persistem,

Apontado pelas vítimas que insistem,

Até certo ponto.

Satisfeito?

Não mais.

Apenas o peso dos próprios erros,

E promessas de nunca mais.

Que vão durar até o próximo sol nascer,

Esquentar,

Demônios que acordam

E vão cantar,

Ferrolhos que estouram,

E começam a atirar,

Os fragmentos que compõe,

Cada dia um pouco mais,

A nossa existência.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 09/08/2024
Código do texto: T8125049
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