Reflexões Desencadeadas Pela Detioração da Saúde de Meu Pai

Para onde vamos após à morte?

A pergunta ecoa, insistente, no ar,

Os teístas com seus alentos

Tem mecânicas e prontas respostas.

Na realidade, vivendo com os pés

No sujo e concreto chão,

O abismo final será no cemitério mais próximo.

Lá, entre lápides e silêncio,

O corpo descansará,

A terra acolherá meus restos

E a memória será esquecida como fumaça.

No solo frio haverá a paz definitiva que

Nunca houve em vida (apenas lá ela existe).

Mas por que carregar tal peso?

Empreender tempo e atenção

Com a última morada?

As entranhas ainda pulsam,

Resistem em meio às doenças

Que enfraquecem o corpo.

A mente reinventa-se diante

Das enfermidades que avolumam

Com o passar da idade.

E mesmo com os ataques covardes

Sobre meu corpo e de meus entes queridos,

Tentar viver sem remorsos, sem lamentos,

Fazer o pulso vibrar, ir adiante apesar das

Limitações impostas pela cruel natureza.

Pois o tempo escorre entre os dedos

E a foice fatal nos lembra a finitude.

Antes da última morada,

À sete palmos abaixo da terra fria,

Aproveitar o absurdo, mas divertido passatempo

Existencial... Respirar, rir, amar, sonhar,

Cuidar dos próximos e simplesmente viver,

Antes que o oponente implacável nos abrace.

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 07/08/2024
Reeditado em 07/08/2024
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