Amar é
Amar é tecer com cuidado
uma tapeçaria de contrastes,
é encontrar na imperfeição
a beleza sutil que se esconde
em cada canto não iluminado,
onde brilham as nossas diferenças.
É caminhar lado a lado,
sabendo que cada passo
não segue o mesmo ritmo,
mas compõe a mesma melodia,
aquela que ressoa suave
nos compassos da convivência.
É olhar nos olhos
e ver o espelho do outro,
não para refletir igualdades,
mas para descobrir o mundo
que pulsa do lado de lá,
um universo que me completa,
mesmo quando diverge.
É aprender que o caminho
se faz ao partilhar histórias,
onde as cicatrizes do tempo
são medalhas de experiências,
onde os tropeços de ontem
nos ensinam a dançar
no palco incerto do amanhã.
Valorizamos os aprendizados
escritos nas linhas tortas,
nos sorrisos que escapam
entre palavras mal ditas,
nos silêncios confortáveis
que dizem mais do que mil discursos.
Apreciar é aceitar
a leveza do ser imperfeito,
é encontrar o extraordinário
no cotidiano que partilhamos,
é olhar o sol se pôr
e saber que as cores do entardecer
são feitas de nuances,
como nós.
Por isso, celebro as diferenças,
porque nelas encontro
a riqueza do que somos:
dois corações que batem
em compassos distintos,
mas que dançam a mesma música
na eternidade de um instante.