E se…
E se…
E se soubesses que tombarias
nas curvas pelo caminho,
Trocarias até mesmo as flores que vistes
por uma nova trilha?
E se percebesses que a cada minuto
que se esvai, pra sempre,
o tempo passa pra te lembrar
que nunca o detiveste nem um segundo?
E se antevisses teus ombros curvados
sob o peso de tantas memórias
Esquecerias as escolhas que te construíram?
E se reencontrasses no espelho a tua face
marcada pelas escoriações da vida
e nos teus lábios sentisses o gosto acre
dos sonhos afogados em oportunidades perdidas
Esquecerias das borboletas revoando
após o breve pouso, em teu estômago,
da fugitiva e inconstante Felicidade?
Ousarias desistir dessa estrada
se soubesses que é ela interminável
mas teus passos um dia acabam?
E se o Ocaso te encontrasse, sem hora marcada,
Ainda lembrarias de olhar o relógio
para contar os traços indefinidos?