Monólogo de uma Alma
Monólogo de uma Alma
Há anos arrasto este corpo que me encerra,
venho tecendo várias versões de mim
na esperança de caber nesta forma que erra,
se apressando, precipitada, em direção ao fim
Pedaços de mim se perderam
nas mudanças de destino,incompletas,
Ainda me deparo com os que se esconderam
em recantos que eu nem conhecia, dispersa
Já morei em corações que me sorriram
Dei abrigo a uns que se partiram,
e com a ponta afiada da hesitação
cortei o pulsar de um raro coração
Hoje estou repleta daqueles que me marcaram
nos encontros e esbarrões que despertaram
de dentro desta couraça o desejo de demorar
a estadia mais um pouco antes de a desocupar