Ainda lembro
Ainda lembro
Ai a juventude:
Que bálsamo, que arrebatamento!
Passos que não titubeiam, embevecidos
Olhares ávidos devorando o infinito,
sorrisos fáceis, sem discernimento…
O açoite do tempo nem o sente,
submersa em um mar de devaneios,
segue seu curso sem bússola nem leme
guiada pela cadência de dentro do peito
Num piscar de olhos, já se vai distante,
impaciente por sorver o fulgor do dia,
derrubando as quimeras, ofegante,
em busca de uma eternidade vencida
Ainda encontro vestígios de sua passagem,
sob a superfície descascada por tormentas,
perdida entre os destroços de sua brevidade,