A garota e o pássaro

Era uma vez, em uma pequena vila, em algum lugar, em qualquer lugar,

Lá vivia uma garotinha tão charmosa, tão curiosa, tão fascinada ... por um amigo que conhecia.

Um amigo emplumado, que ela amava e se importava.

Um amigo secreto, que só ela conhecia.

Quanto mais ela crescia, maior e mais glamoroso ele aparecia.

Com suas longas penas de tirar o fôlego, ele voava,

Pelos desertos e mares,

Pelos céus e montanhas.

Tão livre quanto possível, em todo o mundo ele voava e via,

A maravilha e a beleza que teria.

Ele roubava um pedaço para mim, e logo retornava até mim,

E para ela, ele mostrava e dizia, tudo que ele via e tudo que ele sabia.

Quanto mais o tempo passava, mais longe ele voava e mais ela esperava.

Cada vez que ele vinha, mais demorava à retornar,

E mais magníficas suas penas e aventuras se tornavam.

Tão sozinha e solitária, ela começou a invejar.

Quão bom seria se ela também pudesse ver e voar, livre.

Seus pensamentos nublaram, seu coração escureceu.

Se ele ficasse aqui comigo, para sempre eu veria, sua beleza, apenas pra mim.

A maior e mais glamorosa gaiola ela comprou,

Quando voltou de sua aventura, um vermelho deslumbrante, suas asas revelou.

Uma ilha com árvores e um vulcão para ver, foi a história que me contou desta vez.

Depois da história, de sua nova jornada,

Ela o disse para descansar, antes de outra começar,

E o pássaro, que sentia falta de sua querida amiga,

Não pensou duas vezes, ao atender seu pedido.

Preso em uma vila sem nada para ver,

Sua liberdade era seu amigo que podia ir e vir.

Ela tinha prendido seu próprio, pequeno vislumbre de liberdade,

Escondido, para ninguém mais ver.

Tenha piedade! Tenha piedade e me deixa ir!

À medida que sua felicidade se ia, suas penas, cinza, transmitia.

Dia após dia, ele murchava,

Até que um drástico dia chegou.

Espere, não morra, irei te libertar!

Só não se esqueça de mim, e voltou aqui algum dia,

Para me dizer, como foi, a liberdade, lá fora,

Nossa liberdade que valorizamos a cada dia.

Eu, só espero, mais surgirem.

Com isso em mente, vou esperar o próximo dia.

Dias à anos, agora velha e frágil, ela ainda esperava.

Cabelos brancos, uma pequena moldura, mostrava o tempo que havia passado,

E todos os dias ela olhava para cima, para ver nada, para ver o quê?

Um dia repentino, lá estava ele, suas penas iguais, ao primeiro dia.

Eles se entreolharam.

Ele não falou.

Ela não perguntou.

Ela sussurrou obrigado.

Ele voou, para nunca mais voltar.

FIM

ATENÇÃO eu tenho uma conta no wattpad e no AO3 estarei postando as minhas historias (incluindo essa) em ambas.