COVARDIA
COVARDIA
Não tenho medo da morte!
Tenho medo do fantasma
Em que posso me transformar.
Por sorte ou simples covardia
Não tenho coragem de me matar.
Matar-se é o extremo da ousadia!
Já me bastam as mortes diárias
Que a vida impõe e me submete
Nas convivências obtusas, ordinárias.
E assim vou me suportando
Carregando o próprio fardo
Que aos poucos vai me matando.