VIDA (DES)MASCARADA

VIDA (DES)MASCARADA

Janaína Bellé

Coronavírus tão pequeno, mas poderoso

Multiplicou-se rápido, esse guerreiro

Travou uma guerra das mais letais

Atacou o ponto fraco, certeiro

Em dias de luta, a cor do luto

Da dor, o argentário zombou

O monstro do sol nascente

A última esperança tombou

Vidas vulneráveis anônimas sentenciadas

Andando com máscara pela jornada da vida

Como se logo fosse parar na guilhotina

E apodrecer sem dignidade reconhecida

Nas idas e vindas, tempos de apocalipse

Faminto de gente, um monstro invisível

Até cascas sólidas foram desmascaradas

Deixou cenário devastador, invencível

A nova peste trouxe mais uma tragédia

Tantos inocentes, que mal fazem

Em Manaus, canteiro de cemitério

Mais de 420 mil brasileiros jazem

A cada dia o sol poente angustiava

As tardes perdiam o ar contemplativo

O noticiário da Rede Globo e afilhadas

Dava ênfase ao número expressivo

De que adianta tantas vaidades

O vírus lembrou-nos da pequenez

E a terra ainda cumpre o seu destino

Contando histórias de era uma vez

Pés e joelhos peregrinos mendigando milagres

Conforto de que “há males que vem para bem”

Desconsiderar as sombras envoltas em mistério

Pois no céu, o Sol continua a iluminar o além!

Diziam que “O que não mata, fortalece”

Aos que ficaram, vida amedrontada

Porém, a pandemia lapidou o ser humano

A feitura poética foi fortemente revelada

Gratidão pela leitura!

Instagram @janaina.belle

Palavras Líquidas
Enviado por Palavras Líquidas em 21/07/2024
Reeditado em 02/10/2024
Código do texto: T8111529
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