Marcas
A tez que carregas contigo
revela a contagem regressiva
de alguém ferozmente atingido
pelas garras inflexíveis da vida
Privando-te de prefácio ou manual,
ela te obriga, sob o impiedoso punho,
a desenhar tua história sem rascunho,
E assim erras, incipiente, até o final
Sobre teus ombros o peso, invisível,
de uma existência incompreendida
curvou teu andar, agora incompatível,
impedindo-te de voar, a asa retorcida,
E em tuas mãos repousam as marcas
das tentativas de reerguer-se, obstinado,
a cada pancada que, exausto, pensavas
ser a última chance de manter-se deste lado