PRISMA
Eu me sento
Escuto as falas
As salas que estão vazias
Repito as teses
Às vezes, rezo
E meu primeiro olhar
Me joga no vento
Cabisbaixo, com olheiras marcantes
Meu palco
Sinto necessidade de alguém
Que nem amo tanto assim
Sintomas mal resolvidos
Podia chover,
Podia fazer calor
Qual a cor?
Podia estar com as luzes apagadas
A luz do seu cigarro
Um copo de álcool
Eu podia me levantar
Andar, correr, morrer
Voltar a viver
Não haveria água
Mar, oceano, pureza na respiração
Subindo escadas de
Lugares raros e de improvisos
São paraísos
Mas qual a cor?
Ah, sinto falta
Não sinto nada
Mas amanhã há de existir
A fábula dos unicórnios
O místico nas sílabas
Nos livros de enfeite
Conhecendo o mundo
A farsa de tudo
A beleza insistente
No conceito das melhores músicas
Na construção de Brasília
Em todos que foram embora
Quando eu fui embora
Podia ter ficado, podia ter feito tanto
Mas coloquei meus óculos brancos
O mundo preto não conseguiu descansar
Qual é a cor que sinto?