Parar os ponteiros

Uma moça como você, sempre com pressa

Ansiosa pelo próximo segundo

Desconhecedora do que significa ficar parada

O olhar para seu relógio te mostra

Os ponteiros correndo na mesma velocidade

Que a sua, silenciosos, seus sons suprimidos

Pela pressa

O das horas assumiu a velocidade dos minutos

O dos minutos assumiu a velocidade dos segundos

E o dos segundos tornou-se invisível, de tão rápido

Ao passar perto de mim, no entanto

Seus passos desaceleraram

Assim como seu batimento cardíaco

Poderia ter enfim a chance de ficar parada

E como seria observar o mundo ao redor

Sem pressa, e os ponteiros de seu relógio

Antes tão rápidos, agora assumiram

Suas velocidades originais, estando livres

Para manifestarem seus tic tac’s

Você olhou para mim e para meu

Campo de gravidade, no qual

Eu não obedeço à velocidade do mundo

Mas sim, meu próprio mundinho

Assumia a real velocidade das coisas

Conhecida como o meu ritmo

Nele, eu poderia construir qualquer coisa

Imune aos apressares da sociedade

Coisas para meu prazer e validação particular

Não estou imune, por outro lado, a dizeres pejorativos

“lerdo”, “lento”, “devagar”, “deixado pra trás”

Elas não me afetam, pois elas são dissipadas

tão facilmente quanto as pessoas que as dizem

E suas criações, tão efêmeras quanto o veloz

Curso da vida que os destrói lentamente

Você amou tanto passar um instante

No meu canto particular, que tu percebestes

O mal causado pelo mundo de fora

O quanto queria ficar e gozar

Deste tempo calmo

Motivou pelo qual você se apaixonou por mim

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 27/06/2024
Código do texto: T8094785
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.