Canteiros novos
Remexi a terra velha, o antigo altar de dor, o feio canteiro de mim.
Abri a tumba escura, do ego de preguiça, o ranço cor de cinza, o sol que tão dormia.
E de um luzeiro e cores, riachos, pedras, águas, um lugarejo só meu.
Tão de trancas, tranças e moçoilas tristes, num sorriso de floral adentrou.
E o cujo, feio, sujo de jardim, um olhar de esfomeado, o tolo de calçada, sacudiu.
Cruzou no atalho claro, um feixe de luminoso, um lume de vida e luz, como caminhos de vagalume.
De pálpebra cansada, o feio sol morreu, e clareou o universo sobre o ébrio, de moldura, e óleo novo.
Os brotos se mostraram, em sementes e canteiros.
E os velhos girassóis que tão dormidos, amarelaram o terreno de mim.
Canteiros novos
João Francisco da Cruz