Tempo esquecido

Uma dor invade a alma...

olhos vermelhos,

coração aflito,

passos lentos...

Entre luzes e escuridão,

teus olhos brilhantes na noite...

Debaixo de um manto estrelado

lágrimas rolam minha face...

Um poema me fala ao ouvido

de um tempo esquecido,

que não quero reviver...

Sinto o cheiro da morte,

um abraço perene e forte,

gritos, lágrimas, murmúrios...

vejo vultos pelos cantos...

Numa manhã qualquer

amanhecerei sorrindo...

E de repente, a felicidade me encontra...

vem cantar comigo...

O Universo se encarrega

de escrever em linhas novas,

novas histórias, nova vida, nova aurora...

Nada mais destas dores torturantes,

tão sentidas, tão sofridas....

amarguras...

Nada mais de textos inacabados,

rascunhos de uma vida qualquer...

Poemas guardados,

tristezas sem porquê...

Deixarei as malas na estrada...

A poeira que sobe

quando a gente avança,

vai ao céu e cai novamente,

argila fina grudada na pele da gente...

Mas a chuva lava...

cada gota de lágrima que rola,

arranca fundo,

as lembranças destes caminhos velhos...

Nada mais de estradas sem destino!

Deixarei as malas e partindo,

te contarei do porvir...

Nele haverá um mundo novo...

muita esperança,

plantas florindo nas varandas,

crianças falando verdades inocentes,

olhos doces,

mãos atentas,

abraços silenciosos do tempo!

Começará outro dia

e minha vida, te sorrirá de novo...

um sorriso largo,

um futuro belo...

Que Deus traga a paz que busco

quando termino este verso!