Versejando
Houve um tempo em que eu não tinha pés fincados no chão. Vestia-me de penas de passarinho e voava no céu de brigadeiro. Mas vestir-se de pena é um dó!
Noutros dias, lançava-me ao mar, mergulhando com os golfinhos, ou boiando junto das bolhas. Mas viver numa bolha é um dó.
Houve um tempo em que fabricava endorfina pensando, quietinha num canto. Mas a solidão de um canto é um dó.
Mas um canto ligado à bolha ligado à pena
Faz poesia…
Canto pode ser música,
Bolha pode ser de sabão
E pena pode se sujar no tinteiro,
Para assinar Cassia Caryne…