Cidade Estranha
Era uma vez uma pequena cidade estranha
Onde quem era normal era estranho
E o estranho era normal
Era uma cidade tão estranha
Porque ser estranho nela
Era ser especial
Lá cabiam seres de todas as espécies e tamanhos
E o que era mais estranho
É que todo mundo, mesmo diferente
Ainda era tão igual
Cada um com sua língua
Seu estilo original
Cada um com sua crença, aparência
E seu jeito de andar
Onde todo mundo era aceito
E feliz nesse lugar
Era uma vez uma pequena cidade estranha
Escondida a vista de todos
No topo da montanha dos loucos
Onde todo mundo queria estar
Um espaço livre de tudo
Tudo que insiste em te machucar
A cerca das nuvens quadradas
Uma estranha madrugada sem luar
Onde as estrelas ganhavam vida
E podiam conversar
Era uma vez uma cidade estranha
Com costumes tão absurdos
Que ninguém poderia inventar
Desafiava as leis da física
E com a poesia se podia calcular
Era uma cidade tão estranha
Que mesmo quem vivia nela
Costumava duvidar
Onde a imaginação era aquarela
E a música podia te tocar
Era uma vez uma pequena cidade estranha
Para onde iam as almas inquietas
Pessoas raras, melodias incompletas
Que encontravam conforto em tudo que é banal
Era uma vez uma cidade estranha
Descoberta por acaso
Além do mundo real