Por amor a um guerreiro
Por amor a um guerreiro
Subido à Thayná – a grande estrela
Numa guerra contra
O povo inimigo
Seu guerreiro amor de vida
E agora amor de morte
A índia Jessinapira
Foi para a mata chorar
Tanta foi sua dor
Não comeu nem dormiu
Esvaiu-se em lágrimas
Pereceu olhando para Thayná
Aquela levou seu amado
Cy transformou Jessinapira
Em uma rocha circular
Com um pequeno poço
No meio de onde jorrava
As águas de suas lágrimas
Thayná, compadecida
Enviou suas águas da
Atipó de pukuá – A nuvem
Do céu para se misturar
Com as inkôs – as águas
Das lágrimas de Jessinapira
E os dois intós – os olhos
Da piuntué se transformaram
Em cinco fontes de inkôs
Duas inkôtókótes eram
Da moça chorosa
E três veios de inkôs
Eram das águas
Derramadas de cima
Por Cy – essa deusa
Compreende as mulheres
O amor e as dores de amores
Desse pequeno lago formado
Nas rochas antes Jessinapira
Com o testemunho das caás –
As plantas - todas e todos os animais
Foi correndo o rio por vales e
Rochas com suas cachoeiras
De todo o território onde residiam
Os Tamoios, Tupinambás,
Tupiniquins, Carijós e
Goianas para desaguar
No rio o leva para o mar.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 01 de fevereiro de 2024.