Quem és tu?
Quem és tu?
Sou aquele a quem foi
Negada a vida
E como foi a ti negada a
Vida
Se ainda vives?
Teimei em viver, senhor
Driblei a morte, pois sim.
E de que forma foi negada
A ti a vida?
Fiquei sem possibilidade
De manter sua seiva, senhor.
Fale mais claro
A mim foi negado toda
A forma de prover meu
Alimento.
E como, mesmo assim,
Continuas aqui a dizer
Sobre estes males
A ti afligidos?
Porque meu desejo de
Viver
Foi maior que os ventos
Tempestuosos da não vida
Da morte e das injustiças.
Então, tens contigo
Tua vida
Ela está por tempo
Preservada
Porém, não se encontra na
Magnitude
Desejada
E merecida
Pois não tenho
Garantido o direito
Da plenitude
Dos meus talentos e
Capacidades
Para contribuir
Com aquilo que
Sou
E aprendi.
Porém, ainda assim
É vida
E quem perde
É quem não te
Proporciona
Estas oportunidades.
Eu perco de igual
Forma
Pois tenho de
Viver
Solicitando
As coisas
Comezinhas da vida.
Pois esse teu esforço
De viver é mais
Louvável
Que as negações
A ti impostas
E pense ter
Um excelente
Mérito
Por ser
Uma forte
Batalha
Contra essas injustiças
Todas, somente o fato de
Estar aqui vivo
E mostrando tua
Presença.
Creia
Tua luta
Vai ter fruto
Como já teve
Lutas antigas
Empreendidas
Por ti
Pois vivemos
Sem saber o
Bem
Que causamos
E quem sabe a ti
A vida
Um dia te
Retribua
Na própria vida.
Enquanto puderes
E tiveres
Força
Brade contra as
Injustiças.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 03 de março de 2024