O Homem e a Caixa de Música
No canto da sala exilada
Jazia uma velha caixa trancada
Imersa em poeira de tempos antigos
Mal se podia ouvir seus ruídos
Naquele absoluto escuro silencioso
Não fosse o olhar curioso
De alguém que também não tinha mais sons
Ousou destrancar os ouvidos
E ver lá no fundo algo de bom
Lembrou se de seu tesouro perdido
Estava escondido
Bem diante de si
Algo que a ele havia pertencido
Algo que eu nunca esqueci
Abriu a caixa com cuidado
Podia se ouvir os barulhos embaralhados
Por tanto tempo abafados
Aprisionados ali
Vozes que alma havia condensado
O coração, abandonado
A dormecidas bem ao seu lado
Esperando para existir