A AMEAÇA

Há um horizonte,um pôr do sol,um final à nossa espera

A vida passa como um comboio sem paragens

Nas nossas infindas e insanas multiplas viagens

Raramente despontamos,admiramos o nascer da primavera

Há sempre uma pequena grande guerra para travar

Um sonho uma luta uma aventura

O tempo escorre em silêncio na noite escura

Conjugamos desastrados o verbo amar

O fim aproxima-se sempre muito traiçoeiro

A mulher do consultório chora e ri num arrazoado

Finjo que escuto,sorrio,esgar, contrariado

Vocifera e agita com palavras o vespeiro

“Diagnóstico… doença… porcos para a matança”

Desejo fugir dali apavorado de súbito no terror de uma criança.

José Manuel Serradas
Enviado por José Manuel Serradas em 17/06/2024
Código do texto: T8087465
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