A AMEAÇA
Há um horizonte,um pôr do sol,um final à nossa espera
A vida passa como um comboio sem paragens
Nas nossas infindas e insanas multiplas viagens
Raramente despontamos,admiramos o nascer da primavera
Há sempre uma pequena grande guerra para travar
Um sonho uma luta uma aventura
O tempo escorre em silêncio na noite escura
Conjugamos desastrados o verbo amar
O fim aproxima-se sempre muito traiçoeiro
A mulher do consultório chora e ri num arrazoado
Finjo que escuto,sorrio,esgar, contrariado
Vocifera e agita com palavras o vespeiro
“Diagnóstico… doença… porcos para a matança”
Desejo fugir dali apavorado de súbito no terror de uma criança.