TRAJETÓRIA

TRAJETÓRIA

Quando nasci só queria viver.

Sobrevivendo, queria brincar

E brincando me tornei adolescente

E me percebi forte, potente.

De repente, apaixonado loucamente

Pensei que o mundo iria logo acabar

Era tanto amor que doía, doía até sangrar

Mas era tanta vontade de amar

Que uma lágrima de saudade

Já se tornava um mar de eternidade

Mas era preciso sobreviver.

Trabalhando e estudando até quase morrer

O amor foi cedendo tempo para a responsabilidade

E, de repente, não se cabia mais na nascente cidade

E vieram outros amores, separações, outras dores...

Tudo veio à tona como um turbilhão de emoções...

O que fazer, como tomar a correta decisão?

O pavor que aponta o incerto destino

A ponderação, a razão, a submissão

À dura realidade de ver escorrer pela mão

Os sonhos de criança, a esperança de menino...

Dessa sopa, nasceu o Matemático enigmático

O pai lunático, o poeta enfático, o velho avô

O travesseiro que absorve toda dor

O homem enfadonho que lustra velhos sonhos

E canta o futuro com voz minguante

Mas bravamente esgrima seus versos

Como um forte guerreiro subversivo, insubmisso.

Ser Poeta! É só para isso agora que sirvo.

Poeta matemático
Enviado por Poeta matemático em 16/06/2024
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