Efêmera Areia
Somos os grãos de areia
Mais humanos que existem
Nos abraçamos, ligamos
Unimos, colonizamos as praias
Criamos cidades e monumentos
Na forma de bancos de areia
Para celebrar nossa humanidade
Levantamos montanhas
Abrimos vales
Nossas imperfeições perfeitas
Tão imperfeitas quanto as emoções
Que nos fazem humanos
Bestas racionais
Nossas realizações se desfazem
Quando varridas e apagadas
Pela molhada e salgada morte
Vestida de ondas emanadas
Pelo pedaço de oceano gelado
Perto de nós
A tristeza percorre nossos sais
Com a ajuda da superfície planificada
Graças à salgada morte
Porém basta um sopro do vento
De nova vida, novo pontapé
Para reerguer nossos monumentos
Que nosso salgado otimismo
Volta à vida