Abismo
Escuridão.
Medo.
Amplidão.
Ninguém me avisou que depois do fundo do poço havia um abismo.
Tsunami, vendaval, sismo.
Tento no silêncio me refugiar.
Só ouço pessoas a gritar.
São gritos que me pedem pra parar.
Como faço?
Em pedaços me desfaço.
Lutar ou resistir.
De qualquer jeito continuarei a cair?
Resisto.
Luto.
Consigo, enfim.
As vozes começam a se calar.
O medo a de mim se desapegar.
Sou o que sou.
E gosto do que vejo,
do que sou.
Sim, vou continuar.
Da memória… não vou apagar
tudo o quanto caí.
Quero as lembranças todas.
No fim estarei inteira aqui.