Quem sabe voar alimenta-se de flores
Quem sabe voar alimenta-se de flores
Quem voa tem belas asas
Embora lute contra o vento
Ou persistindo rente à terra
Nadar não é somente para os peixes
Quem não sabe nadar sobe em tábuas
Escrevo sobre aves, borboletas, passarinhos e abelhas
Todos voam, todos sabem voar, todos batem asas
Só não escrevi ainda sobre barcos e canoas
Nem mesmo discorri sobre Rosinha, a canoa do escritor
Já escrevi sobre navios reclamando de amor não correspondido
Todos nadam ou pelo menos singram as águas
Tampouco escrevi sobre aviões, helicópteros e carros e discos voadores
Nem sobre Ícaro e suas asas derretidas pelo sol quente
Nem sobre a coruja de Minerva, que podia ser uma ave ou um metal voador
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 29 de agosto de 2023