Quem me dera

Os campos em que não estive,

o Sol de manhãs que perdi...

as palavras que não disse

e as que disse em hora errada...

Noites sem Lua,

bocas sem beijos...

Quem me dera correr pelas florestas,

mergulhar em água cristalina,

ver e andar em lugares

onde nunca ninguém esteve...

Quem me dera aprender não a ser feliz,

mas a fazer renascer um sorriso

nos lábios de uma criança...

Eu fui toda minha vida,

um homem rude,

destes que não vivem, vegetam!

O relógio parou... chegou meu dia!

Quem me dera poder

fazer tudo que viesse

à minha mente....

Mas agora estou morrendo,

já não resta muito de mim...

Quero que você que está lendo

e você que me escreve, vivam!

Vivam a vida com intensidade...

em tarde de inverno ouvindo a neve,

em dias ensolarados, jardins!