Ser vida

Sucedem-se outono,

inverno, primavera

água sobressalta da Serra.

Ósculo da pedra

agita por dentro de mim.

Estalos do que sou

o mais recôndito,

a brisa, a selva,

o infinito.

Sou aquilo

que as veias calibram,

sol de solstício.

Vendaval

onde o tempo dormido

cochila.

Sou bago

lecitina

da lentilha.

Sou o casco

do cascudo,

o grilo que trila.

Lobo sem matilha

Sou força

da acolhida.

Enfim, sou como vida

que nunca se finda

E diz-se:

esponja tranquila.

Vinicius Santana
Enviado por Vinicius Santana em 01/06/2024
Código do texto: T8076423
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