Verme
Darei o trabalho de ser
Mais que só um poeta
Esta vida canalha e abjeta
Que só rumina o desprazer
Quero outra coisa para fazer
Alma que não seja dileta
Uma virtude real e concreta
Que dê orgulho de ver
Ser verme é minha meta
Carne mole, nojenta e repleta
De chances de se perder
Ser natural, instintivo e viver
Liberto da palavra correta
Ter o húmus como dieta
Livre da ilusão de escrever