A Incessante Busca de Sentido
Em meio ao caos da vida urbana,
Onde o concreto esmaga o ânimo,
Questiono, perante o caminho casa/trabalho,
Para que vivo, senão diante de tudo buscar um sentido?
A grande questão não é só viver,
Ser ovelha passiva em acordar,
Trabalhar, consumir, defecar e respirar fumaça.
Mas saber, em cada passo, a razão.
Viver é mais que respirar, comprar produtos
E gerar riqueza para senhores do capital.
É navegar no mar da incerteza
E criar as próprias âncoras de sentidos.
Nasci para quê? O que faço aqui,
Neste mundo inóspito?
A resposta está no amor que damos,
Na dor que sentimos, criando o sentido,
Na aridez de um universo sem alento.
A vida é constante luta, pêndulo
Entre vitória e derrota, é busca,
É pergunta, é poesia,
É saber que, além do horizonte cinza,
Há sempre um porquê, um para quê.
Entre o ser e o nada,
Entre as ideias e os abismos,
Compreendo que não basta viver, é preciso saber,
Para que se vive, e viver assim, com razão,
Encontrar um raio de luz no meio do vazio.