Jamais falhará!
Segure minhas mãos, menina...
Horizonte diverso,
segundo necessário,
nosso sussurro
ao pé do ouvido
entre o umbigo do universo
e o abraço da humanidade.
Como chove, menina!
Nosso olhar se afoga em massapê...
Tirania emoldurada,
rebanhos submersos além,
resgates indefesos além,
a margem do rio,
a fúria dos rios,
o grito contido
entre nosso beijo derradeiro
e a teimosia da esperança que resiste.
Fé, meu amor!
Nossos joelhos se dobram,
enquanto nossas mãos se dão,
a oração balbuciada,
a oração silenciada,
trejeitos e sotaques
desajeitados de quem não compreende
o pôr do sol antes do sol,
cinzas ao vento
no dia cinza que
inunda nosso olhar.
Espectros de outrora!
Outro beijo de despedida...
Mas sabemos que o sol brilhará
enquanto houver vida nas mãos Daquele que jamais falhou.
Segure minhas mãos, minha menina,
pois após o terror, haverá salvação.
Tão certo como vive o Deus vivo...
Jamais falhará!