A voz fossilizada
Trancafiei-me em meus pra dentro.
Busco a segurança que foge do medo,
o tesouro do silêncio que fala
mesmo que por meio de hieróglifos
fossilizados e tatuados no coração.
Me olho no espelho
e sinto os raios de luzes brancas
ofuscando a boca que fala
e os olhos que me contemplam
do outro lado da janela...
Sabem o que preciso, no entanto,
se calam como os pássaros negros
que pousaram tantas vezes em meu chão...
Fazia tempo um cansaço e um medo tão grande
não se sobrepunham sobre mim.
Não encontro forças para reagir
- o coração só quer lamuriar.
São montanhas de sentimentos
que se misturam e debatem em meus pra dentro
como fossem jatos velozes a voar
num céu de pássaros com fome de alturas.
Plano na contracorrente
dos ventos que vem de dentro
e cavam crateras em minha alma.
É assim, bem assim, que minhas xícaras...
...são sempre canyons profundos...