22:11
As vezes me recordo dos vastos sentimentos que me consolam
A lua, abandonada na imensidão do céu
Reflete as sombras solitárias de minha alma
As cores mortas salpicadas com o brilho distante das estrelas
Beijam meus olhos como uma despedida
Esse vento atordoante, sem sentido próprio
Entra pelas frestas das janelas abertas
Com aquele assobio inquietante, me convidando a existir
Deitada sob a penumbra, os sonhos recolhem os cacos do dia
Transformando as dores em mosaicos vibrantes
Deixando o que já era belo
Indescritível perante as palavras
A noite começa
E eu me acabo.