QUEDA
Em queda, me encontrei, caí de mal jeito
O banco de cimento, meu leito,
Dor intensa, desmaio foi meu guia,
Mas a vida, generosa, me dá mais um dia.
Renal crônico, anti-inflamatórios em tabu,
Morfina, suave alívio, meu tributo.
Fisioterapia, a mão da cura, meu sustento,
A vida, em sua graça, me dá novo alento.
Precavido, caído, questiono o destino,
Mas a vida, em sua sabedoria, me ergue com carinho.
Bater na cabeça, foi o risco iminente,
Mas a vida, benevolente, me oferece um repente.
Por cada respiração, por cada amanhecer,
Agradeço à vida, por me permitir viver.
Em queda ou em ascensão, a jornada prossegue,
E eu, humilde, agradeço, por cada nova prece.
TIÃO NEIVA